domingo, 30 de março de 2008

O PRÊMIO IGNOBEL DO ANO VAI...

Finalmente a ameaça cultural que pairava sob a cabeça dos nossos jovens foi encerrada, respiremos aliviados, pelo menos até nossos produtores de TV consigam encontrar algo de aliene e distorça os valores éticos e humanos que garantem uma vida harmoniosa em nossa sociedade.
Em entrevista ao jornal Agora, José Wilker critica o BBB e mostra insatisfação com a TV. Afirma que ama a vida de ator, mas que detesta o que acontece ao redor dessa vida. Em relação ao programa exibido pela Globo , Wilker diz que estão tentando transformar sua profissão “naquela coisa idiota que é o ' BBB ', que é a maior reunião de canastrões que eu já vi na minha vida e que, de repente, passou a ser a inspiração para a interpretação, passou a ser um padrão de avaliação de encenação.”
A parcela consciente da população brasileira tem que tomar providências no sentido de impedir uma nova edição deste ou de outros programas que possam ser considerados como monumento erguido a bestialização cultural brasileira, somos uma nação de 180 milhões, temos nomes como Carlos Drumonnd de Andrade, Ruy Barbosa, Monteiro Lobato, dentre outros, não podemos nos curvar diante de tão vil ameaça a integridade intelectual dos nossos jovens.
Os meios de comunicação demassa (jornais, revistas, TV e internet), deveriam no ato da sua criação assumir um compromisso público de entreter, informando, de colaborar com os pais e educadores na difícil e sublime missão de educar.
O século XX foi marcado pelas grandes e imediatas transformações e descobertas, em todos os campos (ciências, tecnologia, etc.), levamos o homem à lua; criamos máquinas capazes de fazer cálculos complexos em fração de segundos, porém não conseguimos criar programas de televisão capazes de educar. Ou a educação é mais complexa do que imaginamos, ou colocamos as pessoas erradas no papel de produtores culturais. Se não conseguimos educar através da TV comercial, seria bom que não deseducássemos, quando dificultamos ou desviamos nossos educandos do caminho correto estamos deseducando, e isto implica em nos tornarmos a pedra de tropeço que é tão condenada pela Bíblia Sagrada.
Dessa forma não poderemos reclamar quando esta geração estiver corrompida e irremediavelmente egoísta, nesta hora tiraremos nosso chapéu e reconheçamos: nossos produtores conseguiram alcançar seu tão almejado objetivo.

domingo, 23 de março de 2008

A relação Escola X Sociedade em pleno Século XXI

Acorda menino está na hora de ir para escola. Esta frase repetida milhares de vezes nos lares brasileiros vem comprovar que estamos investindo o tempo dos nossos filhos de forma diferente de nossos antepassados, no tempo dos nossos avós ou bisavós, escutaríamos: acorda menino está na hora de tirar leite (ordenhar).
Nunca dantes Rousseau (1712 – 1778), teve seus ensinamentos tão amplamente adotados, vemos finalmente a criança como criança; sabemos da sua necessidade de uma infância, completando todas as fases do seu desenvolvimento em busca de uma maturidade que outrora poderá ser crucial na hora de comandar nações, dirigir grandes grupos corporativos ou simplesmente entregar o tão esperado jornal matinal, com noticias ora previsíveis, porém leitura obrigatória de quem esta em um mundo que o conhecimento vale enquanto é novidade e pouco o detêm, pessoas são descartáveis como jornais do dia anterior, as Escolas deixaram de ser detentoras do saber para virarem deposito de crianças, muitas vezes versáteis em um mundo cibernético, porém leigas dos clássicos da literatura, que desconhecem o valor de uma boa leitura, confrontando interesses com professores “carrancudos” ora analfabetos digitais, que receberam como herança o bom e velho dicionário, quanto mais volumoso, mais valioso. Do outro lado professores “fúteis” que dominam o mundo cibernético com a mesma facilidade que se comunica com o alunado, que prefere saber quem sobreviveu ao ultimo paredão do BBB, acredita estar contribuindo para a felicidade geral da nação e tem seu dever cumprido se for o mais querido dos mestres, aquele que transforme os 50 minutos da sua aula em algo realmente prazeroso (mesmo que para acompanhar seu ritmo os alunos tenham que assistir qualquer lixo eletrônico, muitas vezes impróprio para suas idades).
O verdadeiro mestre é aquele que em cinqüenta minutos de aula consegue resgatar a literatura e ajuda o aluno a desenvolver um senso critico, que auxilia seus ensinandos a sempre perguntar: Para que quero isto? Por que isto acontece? A popularidade pode ser fútil, mas pode também se verdadeira, daqui a quinze ou vinte anos quando nossos alunos estiverem avaliando suas vidas e resgatando sua história, de quem vocês acham que eles vão lembrar-se? Será que eles se lembrarão do professor fútil ou do verdadeiro? Será que a verdadeira gratidão não é a maior das recompensas de um professor? Qual professor que não fica lisonjeado ao encontrar com seus alunos e descobrir que eles conseguiram alcançar o tão almejado desenvolvimento intelectual? Isto prova que seus esforços não foram em vão?